Ninguém pediu, mas como eu venho tirando algumas fotos das minhas saídas há algumas semanas, vamos falar um pouco (um pouco?) do meio de transporte de São Paulo que não pára com os engarrafamentos da cidade! Só quando inventa os seus próprios… Bem, e aqui vamos falar de alguns temas interessantes.
Não ultrapasse a faixa amarela, você pode ser atropelado pelo piso
Na estação Paraíso da linha 1 há talvez a maior e, por enquanto, mais acessível curiosidade de todo o metrô de São Paulo. Uma faixa amarela, igual a que havia antigamente na borda das plataformas, é vista no meio de um dos pisos da estação, separando, sei lá, o norte do sul, algo assim. Na verdade, se você observar bem, parece que há algo tampado no chão da estação, paralelo à essa faixa. E observando melhor ainda, você pode notar que o final da plataforma nesse andar é meio estreito demais…
Esse é o Ramal Moema da Linha 1, uma ideia das antigas que não deu certo, teria 3 estações entre Paraíso e Moema – na direção da 23 de Maio, na outra parede. Tem uns 300 metros de trilhos não eletrificados e diferentes dos demais, que talvez só sirvam de “museu” algum dia quando forem desmontados, pra o pessoal conhecer como seria o metrô se ele fosse construído 20 anos antes – porquê planos para isso existiam!
Os trilhos são visiveis a partir de um lugar não acessível, atrás das portas fechadas. Olhando a partir dos trens da Linha 1, parece que esses trilhos terminam no túnel que existe atualmente, sem se ligar com o resto. No trecho atrás do muro, que está “disponível”, são estacionados alguns veículos de manutenção, como algumas caminhonetes adaptadas para rodarem sobre trilhos.
Mas o mais curioso de tudo isso é que a faixa amarela, que delimitava essa plataforma, nunca foi retirada ou sequer escondida dos olhos do público, ela está lá até hoje, e como museu… uma vez que as faixas amarelas não são mais assim, agora são uma fileira de lajotas de borrcha, do tipo que orientam deficientes visuais.
E o Ramal Moema acaba de ganhar um… piercing, digamos assim. Pelo meio dele vai passar um elevador para deficientes físicos, que está sendo instalado. Moema e região vão finalmente passar a ter metrô através da Linha 5-Lilás.
O pessoal do Metrô de São Paulo deve detestar ouvir falar em ramais, todos os planos que eu ouvi falar de linhas de metrô com mais de 1 destino caíram por terra. A futura Linha 15-branca, por exemplo, era para ser um ramal da Linha 2 – que por sua vez era um ramal da linha 1, nos projetos dos anos 60! A propósito…
Novidades sobre a linha amarela… não essa, a das antigas
Visual bicolor para a Linha Sudeste-Sudoeste. Se as letras seriam pretas ou brancas, isso jamais saberemos...
Uma imagem em um antigo vídeo institucional, disponível no site do Metrô, mostra o que seria o visual bicolor da linha amarela, com a parte de cima em ocre – cor presente nos computadores desde o 8 bits. (Ou em um tom sulferino, como diria a Bruxa do 71.) O mais interessante: essa linha, com as estações não definidas no vídeo, parece fazer a mesma trajetória da Linha 4 atual, passando pela estação República e… termina na estação Pedro II!
A plataforma-“fantasma” da estação República, que virou notícia há alguns anos, ficava em um andar intermediário da estação e aquela não existe mais… estava apontada na direção errada, nem daria pra ser usada. Mas se tudo deu certo, parece que a estação pra valer, a da linha 4 moderna já existe. Só falta ser inaugurada! Parte do trajeto do que seria essa linha amarela-ocre hoje é o trajeto do Fura-Fila, por isso o pessoal nem pensa mais em fazer metrô nessa região. Espero que pelo menos esse tal de Fura-Fila seja bom…
Então, a estação Pedro II fica aí presenteada como tendo a única plataforma-fantasma ainda em, hã, desuso, do sistema (mesmo por quê, não dá pra demolir, ela fica acima do nível do solo). Essa ficaria em um andar inferior dessa estação. Na verdade, segundo a Wikipédia, até que ela seria de visualização não muito difícil, preciso conferir uma hora dessas… E sequer tem trilhos, ao contrário do Ramal Moema.
Os trens, até 1980 (Sé e outras estações da linha 3 foram inauguradas em 1979), nem paravam na Pedro II, porquê acreditava-se que o grande movimento viria com a linha Sudeste-Sudoeste, com o pessoal vindo da Estação da Luz. Que, no entanto, continua sendo a parada final da linha 4, inclusive dando uma olhada no plano da Rede Essencial, o “metrô dos sonhos”. Pelo visto, Pedro II amarela miou de vez – até em reportagens sobre o assunto, dizia-se que seria caro demais levar o metrô até lá com a linha 4 de agora. Eu disse do lance dos ramais. A plataforma-fantasma (que agora o é de fato) da Estação República Sudeste-Sudoeste tinha 3 lugares para o metrô passar, em vez dos tradicionais dois. (A poprósito, o projeto original da estação da Sé, nos anos 60, previa TRÊS linhas, ou seja, a amarela poderia também passar por lá. Mas não tem trilhos tampados, nem nada. Pelo visto, passaram essa função para a Pedro II.)
O Metrô, pelo visto, aprendeu a lição. A estação Chácara Klabin pretende também futuramente ter duas linhas (2 e 5). Mas, no lugar onde deveria estar a Chácara Klabin Lilás, abaixo das escadas rolantes, por enquanto, apenas um piso de tijolos intertravados e, muito provavelmente, terra por baixo. Na verdade, dá até a impressão de que vai ser difícil “acertar a mira” e colocar a estação exatamente naquele lugar, mas… vamos aguardar, 2013 é “logo ali”!
Na linha 4, é possível ver as “não-estações” Fradique Coutinho e Oscar Freire no caminho entre as duas estações já existentes. A dica são os postes entre os trilhos, que seguram a catenária (os trens da Linha 4 são alimentados por cima, como os trens urbanos das linhas 7 em diante) e as grades onde estariam as portas da plataforma. Uma situação semelhante existiria também no metrô do Rio de Janeiro, só que com estações sem previsão de inauguração e que só estão no concreto. Pelo visto, as Tartarugas Ninja morariam no metrô carioca…
O visual bicolor das linhas está sendo aposentado porquê o espectro de cores é necessário para representar as demais linhas do sistema, como a Linha 6 – Laranja, por exemplo, além da futuríssima Linha “19” – Ciano (nem tem número vago nos planos do Metrô pra essa), que aparece na Rede Essencial, ligando Corifeu à Bresser. A linha 5 – Lilás nunca teve isso (Ainda bem! Argh…)
Mas, quanto à isso, há controvérsias, como veremos à seguir…
A guerra das placas?
Uma estranha “disputa” avança através das linhas 1 e 2 do metrô de São Paulo. Algumas estações, como São Joaquim, Ana Rosa e Paraíso, estão tendo sua sinalização trocada para um padrão diferente do resto do sistema. Todas as placas tem fundo branco, algumas traduções em inglês, e usam a fonte Helvetica Rounded, além de algumas partes fazerem menção à uma lei que… sei lá se continuará existindo, a famigerada “lei antifumo”, que diz que um simples aviso redondo de “não fume” não é suficiente, mas voltemos ao assunto. Essa estranha troca de padrão avança silenciosamente, quando, por outro lado, linhas inteiras, como a Linha 4 – Amarela, estações novas como Sacomã e estações já prontas como Tamanduateí e Vila Prudente estão todas prontas… com o “visual antigo” de sempre! A impressão que dá é que há comandos conflitantes dentro da empresa em relação à esse assunto. Na estação Paraíso, os tradicionais totens também foram retirados e substituídos por uma placa só com o símbolo do metrô, porém os totens existem na Linha Amarela e nas estações que eu citei, novinhos em folha. Quer dizer, se há uma briga, essa briga vai longe!…
E pra completar, esse visual novo parece um tanto sem sentido. A linha a qual a estação pertence, ou é um detalhe (uma pequena barra em cima das placas) ou nem isso, como nas estações da linha 1, nas quais as placas são totalmente brancas (e vem aí a linha 15-branca! Como é que fica?!). Além disso, o nome da estação é repetido muito menos vezes. Já tive que responder á uma senhora que o Metrô estava descendo na estação Paraíso. O nome sequer podia ser visto de onde a gente estava, e a estação estava um tanto irreconhecível, com as placas brancas.
Afinal, qual é o padrão visual do Metrô de São Paulo?… E pior é que não estamos sozinhos. Nosso córrespondente no Rio de Janeiro, TVDNN (onde o metrô é privado) diz que por lá há estações com sinalização em pelo menos três padrões diferentes, ás vezes até mesmo um perto do outro! Bom, empresa privada são outros quinhentos. A poprósitis, no Rio de Janeiro é importantíssimo o letreiro na frente do trem, porquê ele pode tomar caminhos diferentes mais adiante. Já o indicador de itinerário do Metrô de São Paulo deve ser a peça menos usada de todos os trens, só presta quando a linha está em expansão e olhe lá.
Tá se achando um aeroporto
Aliás, como eu sou velho de marré de ci, na linha 1, sempre onde você pode ver relógios analógicos dentro de caixas, também haviam mostradores de destino eletromagnéticos. Tradução: de chapinhas de metal que caem pra frente, como os que costumavam haver em aeroportos, com o nome de todas as estações. Só que eles não tem mais utilidade porquê os trens não param mais na metade das linhas. Sim, já houve um tempo em que o metrô nem chegava até Santana!… Talvez já tenham tirado todos, mesmo por quê também, as plataformas sempre são usadas para o mesmo destino.
Biodiversidade… de aço inox.
Pelos trilhos das linhas atuais, de 1 a 5, podem passar até 8 tipos de trens diferentes, desde os mais antigos, da “Série A” (os com uma janela pequena no lado direito), até dois novos em folha da linha 3 que tem ar condicionado, comprados este ano, da “Série H”. Até hoje, nenhum vagão de metrô foi aposentado, ao contrário do que deve acontecer muito com os vagões de trem. Ou seja, se quiserem fazer um “Museu do metrô”… ainda não será possível! Uma descrição completa está neste artigo da Wikipédia.
Tem algumas imagens a mais chegando neste artigo, aguardem!
Eles já comentaram! Vem pra essa caixa você também! Vem!